quarta-feira, 8 de julho de 2015



O judaísmo nazareno (do hebraico Yahadut Netzari ou Yahadut Notzri, em inglês Nazarene Judaism) também conhecido como O Caminho (do hebraico haDerech) é uma forma de judaísmo primitivo, monoteísta que assim como o caraíta e reformista não segue todas as leis orais e tradições do judaísmo tradicional. Atos 24:14. “Porém confesso-te que, segundo o Caminho, a que chamam seita, assim eu sirvo ao D-us de nossos pais, acreditando em todas as coisas que estejam de acordo com a lei e nos escritos dos profetas.”
Os judeus nazarenos não são cristãos e sim seguidores do judaísmo de Yeshua ben Yosef (conhecido como Jesus Cristo de Nazaré da Galiléia) e originalmente como Yeshu Ha Notzri (Yeshu o nazareno). O cristianismo se baseou nos judeus nazarenos e tomou rumos diferentes dos primeiros judeus nazarenos que eram uma comunidade totalmente judaica praticante seguidora do mestre e o Messiah-ben-Joseph Yeshu Ha Notzri. Posteriormente a igreja católica apostólica romana se fundamentou nele, fora outras ramificações como Igreja Síriaca e muitas outras. Um ponto crucial que diferencia o judaísmo nazareno das religiões que derivaram dela é a observância do Tanakh e principalmente a Torá. Nas demais religiões identificadas como cristãs predomina o conceito de que Yeshu Ha Notzri seria uma das pessoas pelas quais se manifesta um D-us uno e, ao mesmo tempo, trino; que teria supostamente abolido a Torá desvirtuando o judaísmo, pregando a salvação apenas pela fé (em crer que Yeshua é o messias davínico e que salvação é pela graça) e pelo batismo do arrependimento nas águas.
Nas escrituras em aramaico e hebraico primitivo, nas quais os nazarenos se apoiam, não foi identificado uma definição de abolição da Torá por nenhum messias, pelo contrário, que Yeshu Ha Notzri veio para fortalecer a Torá e explicar seus ensinamentos.
Nota-se pelos relatos históricos que novos seguidores do nazareno que não conviveram pessoalmente com seu líder e Messiah-ben-Joseph se tornaram cristãos e abandonaram o exemplo que Yeshu deu em sua conduta como total observador do Torá. Aqueles que conviveram com o messias e guardaram seus ensinos mantiveram a posição naturalista judaica do messias de se manterem totalmente judeus e continuar praticando o mesmo judaísmo que o messias praticava e ensinou, esse fato causou uma divisão na época e acredita-se que esse desvirtuamento se deu devido a invasão gentílica posteriormente e gradualmente na comunidade nazarena.
Crêem nos testemunhos dos primeiros seguidores (ketuvim natzarim) e na palavra do Eterno revelada ao seu povo através de Moisés na Torá, dos profetas na Ketuvim, Neviim e dos emissários de Yeshu no Berit Hadashah definida pelo Messiah-ben-Joseph como aliança renovada (conhecido como novo testamento). Recebem Yeshu Ha Notzri como o Messiah-ben-Joseph (primeira forma do messias, o servo sofredor) e aguardam o Messiah-ben-David (segundo forma do messias, ou retorno, o messias que reinará) de forma triunfal e a ressurreição dos mortos para o julgamento do último dia onde cada pessoa será julgada pelo Eterno com base em sua lei (Torá) conforme o Messiah-ben-Joseph ensinou.

Para os nazarenos não há separação no meio do povo fiel ao Eterno seja judeu ou gentio convertido ao judaísmo, a missão do Messiah-ben-Joseph resultou em divulgar a obediência a Torá para os gentios dando início a união das duas casas de Israel Efraim e Yehuda que em breve se tornarão um povo só e fazem parte do povo da Israel e para herdar a salvação precisam praticar o judaísmo como Yeshu ensinou recebendo Yeshu Ha Notzri como o Messiah-ben-Joseph como está profetizada a sua vinda no Neviim (livros dos profetas), honrando os mandamentos da Torá, o Tanakh e seus ensinamentos que estão descritos no Berit Hadashah ou Escritos Nazarenos e aguardando o Messiah-ben-David que reinará para sempre.

Diferentemente de outros movimentos, o judaísmo nazareno crê em duas manifestações messiânicas com objetivos distintos, a primeira através do Messiah-ben-Joseph (messias filho de José) com objetivo de guiar as ovelhas perdidas da casa de Israel e resultou na divulgação do conhecimento do D-us de Israel aos gentios, antes só os judeus conheciam ao D-us Vivo, o que acabou disseminando esse conhecimento para o mundo. Na segunda, o que ainda não ocorreu, o advento do Messiah-ben-David (messias filho de Davi) que triunfará sobre as forças do mal e reinará sobre a terra, a mesma manifestação messiânica que todos os judeus esperam.
Yeshu foi muito mais do que profeta e envolto em mistério, em suas pregações pedia que não o adorassem e sempre direcionava a todos a pedirem tudo para o Pai. Recitou o Shemá onde reconhece e ensinava que há um único D-us. Sua existência foi profetizada em Isaías 53 como o servo sofredor. Yeshu foi muito mais do que profeta e não se intitulou ser D-us, na sua morte clamou a D-us e expirou, mas em três dias foi visto novamente por várias testemunhas da maneira como predisse. Para o judaísmo nazareno o Messiah-ben-David ainda não foi revelado, porque este irá reinar com poder e glória, mas Yeshu foi o Messiah-ben-Yossef. Ele mesmo declarava ser o messias para seus discípulos apenas em particular. O judaísmo nazareno crê ser ele quem retornará na missão de Messiah-ben-David.
Defende que a Lei da obediência aos mandamentos do Eterno é melhor interpretado por Yeshu. E as escrituras sagradas devem ser analisadas sob uma ótica judaica por que ela foi inspirada pelo Eterno de Israel, escrita em sua grande parte por judeus para judeus. Que Deus é um só, o Echad, assim como consta no Shemá. O Messiah-ben-Joseph está em unidade com o Eterno assim como todos os judeus devem estar em unidade, "em comunhão", fazendo a vontade do Eterno.
Creem que a salvação é gratuita a todos que creem, se convertem ao judaísmo que Yeshu ensinou, ou seja, obediência e zelo pela Torá, passam pela Tevilah (batismo do arrependimento) nas águas, algo semelhante ao ritual de purificação na Mikvé, nesse ato reconhecendo o Eterno como único e Yeshu Ha Notzri como Messiah-ben-Joseph e aguardando a manifestação do Messiah-ben-David para cumprimento das profecias. Seguem os mandamentos do Eterno contidos nas escrituras sagradas segundo as interpretações dadas pelo messias. Que os salvos são o povo fiel aos mandamentos do Eterno conforme ensinado por Yeshu, convertidos fiéis ao D-us de Israel, batizados com batismo do arrependimento (Tevilah) de suas más obras em nome de Yah' (O pai), Yeshu Ha Notzri (O Messiah-ben-Joseph) e do Ruach haKodesh (Espírito Santo) e aguardam a vinda do Messiah-ben-David para o início do reino do Eterno. Continuam tendo zelo pela Torá assim como os primeiros nazarenos conforme está escrito: “Bem vês, irmão, quantos milhares de judeus abraçaram a fé sem abandonar seu zelo pela lei.” em Atos 21:20.
Não existem duas noivas do messias e que o Eterno não pode ter duas esposas, como D-us de Israel escolheu profeticamente o seu povo fiel como sua esposa, não a rejeitará, a restaurará conforme suas profecias bíblicas aqueles que forem fiéis aos seus mandamentos e que reconhecerem o Messiah-ben-Joseph e aguardam a vinda do Messiah-ben-David.
Com a destruição do templo de Jerusalém como profetizado por Yeshu, o templo do espírito santo passou ser no coração dos homens e mulheres obedientes e tementes ao Eterno. Uma característica dos nazarenos é o trabalho itinerante de evangelização como está escrito: "Ide e pregai o evangelho a toda criatura" não fazendo acepção de pessoas seguindo o exemplo de vida do mestre Yeshu.
Podemos definir os nazarenos como os seguidores das escrituras sagradas que reafirmam um dito de Yeshu: " Examinais as escrituras, porque vós cuidais ter nelas a vida eterna, e são elas que de mim testificam;". Por esse motivo valorizam as escrituras principalmente as versões antigas em hebraico e aramaico.
No judaísmo nazareno a Torá tem prioridade acima de todos os escritos inclusive do novo testamento. Sendo o novo testamento também inspirado pelo Eterno e esses dois estão acima de todos os demais escritos judaicos, inclusive acima do Talmud, etc.

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